Era o ano de 1858, quando na gruta Massabielle, em Lourdes, na França,
um evento sobrenatural mudou a vida de uma jovem, de seus conterrâneos e
de toda a Igreja.
Marie-Bernard Soubirous, tinha 14 anos (nasceu em 7 de janeiro de 1844) e relatou o ocorrido vocalmente e também por escrito:
“Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave buscar lenha.
Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas
árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora
vestida de branco; tinha um vestido alvo com uma faixa azul celeste na
cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com
ela. Somente na terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu
queria voltar ali durante quinze dias. Durante quinze dias lá, voltei; e
a Senhora apareceu-me todos os dias, com exceção de uma segunda e uma
sexta-feira. Repetiu-me, vária vezes, que dissesse aos sacerdotes para
construir, ali, uma capela. Ela mandava que fosse à fonte para lavar-me e
que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas e muitas vezes
perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade. Finalmente,
com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a Imaculada
Conceição”.
1a. aparição 11 de fevereiro de 1858.
Relatos da própria Santa Bernardete:
"Assim que levantei a cabeça, olhando a gruta, vi uma Dama vestida de
branco. Tinha um vestido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa
em cada pé, da cor da corda do seu terço.
Eu pensava ser vítima de uma ilusão. Esfreguei os olhos, porém olhei de novo e vi sempre a mesma Dama. Coloquei
a mão no bolso, para pegar o meu terço. Queria fazer o sinal da cruz,
mas em vão. Não pude levar a mão até a testa, a mão caía.
Então o
medo tomou conta de mim, era mais forte que eu. Todavia, não fugi. A
Dama tomou o terço que segurava entre as mãos e fez o sinal da cruz.
Minha
mão tremia, porém tentei uma segunda vez, e consegui. Assim que fiz o
sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia, e fiquei tranquila.
Coloquei-me
de joelhos. Rezei o terço, tendo sempre ante meus olhos aquela bela
Dama. A visão fazia escorrer o terço, mas não movia os lábios.
Quando
acabei o meu terço, com o dedo Ela fez-me sinal para me aproximar, mas
não ousei. Fiquei sempre no mesmo lugar. Então desapareceu
imprevistamente."
2ª aparição – domingo, 14 de fevereiro 1858.
Bernadette relatou que a segunda aparição ocorreu no domingo seguinte:
"Voltei
com várias moças, para ver se não me tinha enganado. Eu me sentia muito
constrangida interiormente. Minha mãe tinha-me proibido voltar. Depois
da missa cantada, as outras duas jovens e eu fomos mais uma vez pedir
licença à minha mãe. Ela não queria. Dizia-me temer que caísse na água.
Temia que eu não voltasse para assistir às vésperas. Prometi que sim, e
deu-me então a permissão para ir.
Fui à paróquia, pegar uma
garrafinha de água benta para jogá-la na visão quando estivesse na
gruta, se a visse. E saímos para a gruta. Ao chegarmos lá, cada uma
tomou o seu terço e nos ajoelhamos para rezá-lo. Apenas tinha acabado de
rezar a primeira dezena, quando vi a mesma Dama” (Somente Santa
Bernadette via e ouvia Nossa Senhora).
Santa Bernadette começou a
jogar água benta na direção dela, dizendo que, se vinha da parte de
Deus, que permanecesse; se não, que fosse embora.
E insistia a jogar-lhe água.
Nossa
Senhora começou a sorrir, a inclinar-se: "Mais água eu jogava, mais
sorria e girava a cabeça, e mais a via fazer aqueles gestos. Eu então,
tomada pelo temor, me apressava a aspergi-la mais, e assim o fiz até que
a garrafa ficou vazia. Quando terminei de rezar meu terço, Ela
desapareceu e não me disse nada. Nós nos retiramos para assistir às
vésperas”.
3ª Aparição – quinta-feira, 18 de fevereiro 1858.
A vidente relatou que na quinta-feira seguinte, a Virgem Maria apareceu de novo e esta ocasião, foi a primeira em que lhe falou:
“Fui
ali com algumas pessoas importantes, que me aconselharam a pegar papel e
tinta e lhe pedisse que, se tinha algo a me dizer, que tivesse a
bondade de colocá-lo por escrito.
“Tendo chegado lá, comecei a
recitar o terço. Após ter rezado a primeira dezena, vi a mesma Dama.
Transmiti esse pedido à Senhora.
Ela se pôs a sorrir, e me disse que
aquilo que tinha para me dizer, não era necessário escrevê-lo. Mas
perguntou-me se eu queria ter a graça de voltar ali durante quinze dias.
Eu lhe respondi que sim”.
Nossa Senhora aparecia do mesmo modo como é
representada na Medalha Milagrosa, mas sem os raios que saem das mãos,
afirmava Santa Bernadette.
4ª aparição – sexta-feira, 19 de fevereiro 1858.
Santa
Bernadette redigiu apenas uma relação geral dos ditos e pedidos mais
importantes de Nossa Senhora a partir deste dia. Portanto, a narração é
uma composição de palavras da mesma e de fatos testemunhados pelos
presentes.
A quarta, foi uma aparição silenciosa.
Bernadette
“saudava com as mãos e a cabeça. Dava gosto vê-la. Era como se na vida
toda não tivesse feito outra coisa que não fosse aprender a fazer esses
cumprimentos”, testemunhou Josèphe Barinque, uma vizinha.
Bernadette
tinha um círio bento acesso. Este gesto, copiado em seguida pelos que
assistiam às aparições, inspirou o costume atual de levar velas e
acendê-las diante da gruta.
Nossa Senhora passou a ensinar a forma de devoção que Ela queria que se praticasse em Lourdes.
5ª aparição – sábado, 20 de fevereiro 1858.
Bernadette
chegou a Massabielle por volta das 6:30h e teve um êxtase de 40
minutos. Haviam cerca de 30 testemunhas nesta ocasião.
Voltando para
casa com sua mãe, confiou-lhe que a Senhora “teve a bondade de
ensinar-lhe, palavra por palavra, uma oração somente para ela”.
Ela a rezou por todos os dias de sua vida, sem nunca revelá-la.
A 6ª aparição – domingo, 21 de fevereiro 1858.
A Senhora se apresentou a Bernadette pela manhã, por volta das 7:10h e cerca de 100 pessoas estavam no local.
A
escolhida da Virgem escreveu: “Esta rainha misericordiosa me disse
também para rezar pela conversão dos pecadores. Ela me repetiu várias
vezes essas mesmas palavras”.
Santa Bernadette escreveu mais de uma
vez: Nossa Senhora “disse-me também que não me prometia tornar-me feliz
neste mundo, mas no outro”.
À tarde, o delegado de polícia Dominique
Jacomet submeteu a vidente a um grosseiro e ameaçador interrogatório,
exigindo-lhe que se retratasse, sob pena de prisão.
Bernadette não se intimidou e respondeu com segurança, desmontando suas ciladas.
No fim do interrogatório, a autoridade a proibiu de voltar à gruta. O pai da vidente cedeu à pressão, e também proibiu.
22 de fevereiro 1858: o dia que não houve aparição.
Nesse
dia, soldados foram postos para vigiar os movimentos da jovem, com
ordem para prendê-la se regressasse à Gruta de Massabielle.
O apelo
interior foi contudo mais forte, e à tarde ela ali acorreu. Esta sua
decisão foi confirmada em confessionário pelo Pe. Pomian.
Mas Nossa Senhora não apareceu, e Bernadette parecia desfeita: “Não sei no que eu faltei a esta Dama”.
Porém, no fim do dia havia muita agitação na cidade e o prefeito achou melhor suspender a proibição.
A 7ª aparição – terça-feira, 23 de fevereiro 1858.
8ª aparição – quarta-feira, 24 de fevereiro 1858.
O
delegado Jacomet desmotivava e falava de modo a coagir o povo a
desacreditar: “Como é possível que em pleno século XIX haja ainda tantos
idiotas!” –– exclamou.
Os fiéis responderam com cânticos marianos.
Um
cobrador de impostos de Lourdes, chamado Jean-Baptiste Estrade, contou
que pouco tempo depois de ter entrado em êxtase, como alguém que recebe
uma má notícia, Bernadette deixou cair os braços, e abundantes lágrimas
começaram a correr pela sua face.
Ela subiu de joelhos o aclive que
precede a cavidade, osculando a cada passo o chão. Voltou-se depois em
direção à multidão de 300 pessoas.
Com a voz marcada pelos soluços, referiu à multidão o pedido de Nossa Senhora:
“Penitência,
penitência, penitência!”; e “rezai a Deus pela conversão dos
pecadores”; além da recomendação de “beijar a terra em penitência pelos
pecadores”.
9ª aparição – quinta-feira, 25 de fevereiro 1858.
Aproximadamente
350 pessoas estavam no local e Bernadette obedecia em êxtase às ordens
da nobre Senhora, subindo até a gruta e beijando a terra com uma
agilidade surpreendente.
“A Senhora me disse que eu deveria beber da
fonte e lavar-me nela. Mas, como não a via, fui beber no Gave. Ela me
disse que não era ali, e me fez um sinal com o dedo para ir à gruta,
mostrando-me a fonte. Eu fui, mas só vi um pouco de água suja. Parecia
lama, e em tão pequena quantidade, que com dificuldade pude colher um
pouco no côncavo da mão. Eu me pus a arranhar a terra, até poder
colhê-la, mas três vezes a joguei fora. Foi só na quarta vez que pude
bebê-la, de tal maneira estava suja”.
Nossa Senhora ordenou também a
Bernadette que comesse a grama da gruta. “Ela me disse para comer da
erva que se encontra no mesmo local onde eu fui beber. Foi só uma vez,
ignoro por quê”.
Comentando isso com alguém que lhe questionou afirmou: “A Senhora me levou a fazê-lo, com um movimento interior”.
Nossa Senhora pediu-lhe que se lavasse com aquela água: “Ide a beber da fonte, e lavai-vos ali”.
Seu rosto ficou então sujo. A multidão não compreendia o que se passava, e começou a achar que a vidente estava louca.
A cena, uma das mais transcendentais na história de Lourdes, num primeiro momento desiludiu a todos.
10ª aparição – sábado, 27 de fevereiro 1858.
Uma massa compacta de 800 pessoas aguardava Bernadette na Gruta por volta das 6:30h.
Por 15 minutos, Bernadette caminhou de joelhos e beijou o chão várias vezes.
Em seguida comandou a multidão por duas vezes, com gestos, para que repetisse aquele ato de penitência.
Só na segunda vez os presentes obedeceram.
A partir daquele dia, o chão e a pedra sagrada de Massabielle são cobertos de beijos de pessoas de todo o mundo.
11ª aparição – domingo, 28 de fevereiro 1858.
Caía
uma chuva fina e constante, e fazia um frio terrível, enquanto cerca de
1200 pessoas se encontravam na Gruta desde o amanhecer.
Bernadette chegou às 7h.
Pôs-se de joelhos, rezou o terço e beijou a terra, enquanto um potente sopro pareceu passar sobre os presentes.
Todos ou quase todos os espectadores se ajoelharam, rezaram e beijaram o chão com Bernadette.
12ª aparição – segunda-feira, 1º de março 1858.
Desta vez, o pai de Santa Bernadette acompanhou a filha à Gruta. Desde cedo, havia ali por volta de 1500 pessoas.
A
pedido, a vidente tinha levado o terço de uma outra pessoa, mas na hora
de rezá-lo a Dama lhe perguntou: “Onde está o teu terço?”. Bernadette
tirou-o então do bolso. Sorrindo, a Virgem lhe disse: “Usai-o”.
A
Santa repetia os gestos: comer ervas, beber e se lavar com a água da
gruta. O povo começou a imitá-la, e se constatou que a água brotava cada
vez mais límpida e abundante.
Entre os assistentes, por primeira
e única vez esteve um sacerdote, o Pe. Antoine Dezirat, que ignorava a
interdição ao clero de comparecer ao local.
Ele escreveu: “Só
Bernadette viu a aparição, mas todo o mundo tinha como que o sentimento
de sua presença. [...] Respeito, silêncio, recolhimento, reinavam por
todo lado. [...] Oh! como estava bom. Eu acreditava estar no vestíbulo
do Paraíso!”.
Na noite daquele dia aconteceu o primeiro milagre.
Catherine Latapie, grávida de nove meses, tinha paralisados dois dedos
da mão direita. O mal lhe impedia atender às necessidades do lar e dos
filhos. Ela imergiu a mão na água e sentiu um grande bem-estar, com os
dedos movimentando-se naturalmente!
13ª aparição – terça-feira, 2 de março 1858.
Nessa data, Bernadette teve só uma breve visão da Senhora.
“Ela me disse que eu devia dizer aos padres para construir uma capela aqui”.
E
contou como cumpriu essa missão: “Fui procurar o senhor pároco, para
lhe dizer que uma Dama me tinha ordenado de ir dizer aos padres para
construir ali uma capela. Ele me olhou um momento, e logo me perguntou
num tom incomodado quem era essa Dama. Eu lhe respondi que não sabia.
Então ele me encarregou de perguntar a ela o nome, e de voltar para lhe
contar”.
“A Dama disse: ‘Devem vir aqui em procissão’” –– contou a
vidente ao pároco, Pe. Dominique Peyramale. Para o sacerdote, isso foi
demais.
Mais de mil pessoas estavam presentes.
14ª aparição – quarta-feira, 3 de março 1858.
Três
mil pessoas se apinhavam em torno da gruta. Santa Bernadette rezou por
muito tempo. Mas se levantou com os olhos repletos de lágrimas, e
clamou: “Não me apareceu”.
No mesmo dia, após a aula, sentiu um convite interior de Nossa Senhora. Retornou à gruta, e desta vez A viu.
Bernadette
cumpriu a ordem do pároco: “Eu lhe perguntei seu nome, por parte do
senhor pároco. Mas ela não fazia outra coisa senão sorrir. Voltando, fui
à casa do senhor pároco para dizer-lhe que tinha cumprido a missão, mas
que não tinha recebido outra resposta senão um sorriso. Então ele me
disse que ela zombava de mim, e que eu faria bem de nunca mais voltar.
Mas eu não podia me impedir de ir”.
Fechando a questão, o Pe.
Peyramale orientou: “Se a Senhora deseja realmente uma capela, que diga
seu nome e faça florescer a roseira da Gruta”.
Noutra época, quando Santa Catarina Labouré soube, em Paris, das aparições de Nossa Senhora em Lourdes, exclamou: “É a mesma!”.
A
santa lamentou várias vezes que não se tivesse construído na rue du Bac
o santuário dedicado à Medalha Milagrosa, pedido pela Mãe de Deus: “Se
os superiores tivessem querido, a Santa Virgem teria escolhido nossa
capela” para operar os milagres de Lourdes, disse em outra ocasião.
Para Santa Catarina, Nossa Senhora escolheu Lourdes para suprir a falta de interesse das autoridades religiosas de Paris.
15ª aparição – quinta-feira, 4 março 1858.
A
quinzena de aparições concluiu-se no dia 4 de março. Desta vez
reuniram-se entre oito e vinte mil pessoas, segundo as versões. Havia
avidez de um milagre.
O delegado de polícia revistou a gruta e as
proximidades, à procura de alguma espécie de fogo de artifício que
servisse para simular uma aparição, mas nada encontrou.
Bernadette era amparada por um grupo de guardas que continha a multidão.
O êxtase durou quase uma hora, sem que acontecesse algo extraordinário.
Ela
disse: “Oh, sim, Ela vai voltar. Mas agora já não é mais necessário que
eu vá à gruta. Quando ela voltar, então será necessário que eu retorne à
gruta. Ela far-me-á saber”.
16ª aparição – quinta-feira, 25 de março 1858.
Os
milagres continuavam se multiplicando, e ao mesmo tempo iam se
arrefecendo as resistências do pároco. Durante 20 dias, Bernadette não
voltou à gruta. Sentiu o chamado de Nossa Senhora nas primeiras horas da
festa da Anunciação. Então foi à gruta.
“Depois dos quinze dias,
eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas. Ela sorria
sempre. Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois
braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos
ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito, que ela
era a Imaculada Conceição”.
“Então eu voltei de novo à casa
do senhor pároco, para lhe contar que ela me tinha dito que era a
Imaculada Conceição. Ele me perguntou se eu estava bem segura. Respondi
que sim, e que para não esquecer essa palavra eu a tinha repetido
durante todo o caminho”.
Santa Bernadette não sabia o significado
de “Imaculada Conceição”, cujo dogma o Bem-Aventurado Papa Pio IX
proclamara poucos anos antes, deixando prostrados os partidários da
Revolução e empolgando os devotos de Nossa Senhora no mundo inteiro!
O
pároco custou a conter as lágrimas. “Ela quer mesmo a capela”, murmurou
Santa Bernadette. A partir desse momento, o sacerdote mudou de atitude.
17ª aparição – quarta-feira, 7 de abril 1858.
A
Virgem chamou-a já durante a noite de 6 de abril. Tendo-se espalhado
que a vidente iria à Gruta, 1200 pessoas já a aguardavam quando ela
chegou por volta das 6h.
O êxtase durou 45 minutos. O Dr. Dozous e outros constataram durante 15 minutos o “milagre do círio”:
Bernadette juntou as mãos sobre o fogo de um círio, como para protegê-lo do vento.
A
chama encostava na pele das mãos e saía entre seus dedos. “Está se
queimando”, bradou alguém. Mas a vidente prosseguia, insensível.
O médico verificou depois que ela não tinha sofrido qualquer queimadura.
18ª e última aparição — quinta-feira, 16 de julho 1858.
O chamado de Nossa Senhora surpreendeu Bernadette ao anoitecer, quando ela se encontrava em oração na igreja paroquial.
A Gruta tinha sido fechada com tapumes, por ordem das autoridades hostis à aparição.
Bernadette
foi então com sua tia Lucile e algumas amigas para o outro lado do rio
Gave, diante da Gruta. Todas se ajoelharam e rezaram.
Após alguns
instantes, as mãos de Bernadette afastaram-se em sinal de maravilhada
surpresa, como por ocasião da quinzena de aparições. Terminado o êxtase,
e voltando à casa, ela confidenciou: “Eu não via os tapumes nem o Gave.
Parecia-me estar na gruta, na mesma distância das outras vezes. Eu via
somente a Virgem”.
Esta última aparição ocorreu na festa de Nossa
Senhora do Monte Carmelo. Em 13 de outubro de 1917, depois do milagre
do sol em Fátima, Nossa Senhora se mostrou revestida do hábito da Ordem
do Carmo.
Foi a última despedida na Gruta. Santa Bernadette
Soubirous somente voltaria a ver Nossa Senhora 21 anos depois, em
Nevers, no dia 16 de abril de 1879, quando deixou esta terra de exílio
para contemplá-la eternamente no Céu!
Clique aqui e saiba sobre os milagres e o parecer da Igreja.