"Hoje sou eu quem precisava escrever para você. Sabe, ás vezes, fico me perguntando o que você espera de mim. Outras tantas, fico observando o quanto você ainda não sabe o que eu espero de ti. Nós estamos mais próximos do que imagina. Você não precisa olhar para cima para me ver. Você não precisa fechar os olhos para que eu te escute. Não precisa morrer para me encontrar. Eu estou aqui o tempo. Te observando. Te cuidando. Te admirando. Torcendo em silêncio. Você é a minha obra prima. Uma pena que, nos momentos de alegria, muita vezes, você me deixe de lado. Mas, nos instantes da dor, você sempre grita meu nome. Está tudo bem. Eu já me acostumei. Se tudo que há em você foi criado por mim, então, talvez, essa ingratidão seja obra minha também. Tenho esperanças de que, um dia, você vai conseguir me entender de verdade. E, quem sabe, eu consiga te entender também. Não é nada fácil. Você me diz todos os dias que posso agir conforme a minha vontade, mas se sente injustiçado quando ela não coincide com a sua. Sabe, você precisa confiar mais em mim. Para ser bem sincero, a sua visão é bem limitada. Eu conheço as próximas páginas deste livro, você não. Aliás, fui eu que o escrevi. E o lápis e a borracha continuam em minhas mãos. Tenho grandes planos para você. Acalme seu coração. Menos ansiedade, mais fé. Eu sei que não se lembra, mas foi você que escolheu assim. Planejamos tudo isso juntos. Acredite! Eu não colocaria um peso em suas costas que você não estivesse preparado para carregar. Eu conheço a sua força, os seus medos e os seus sonhos. Eu estarei ao seu lado no final de cada batalha. Nos sorrisos e nas lágrimas. Quando você precisar e quando menos merecer. Até mesmo, quando chegar a duvidar da minha existência. Porque você pode até se esquecer de mim, mas eu, como um bom Pai, sempre me lembrarei de você.”