02/01 - Epifania do Senhor (Solenidade).

 


Por: Gena Paula Castro. - AOD&O.

    

     A Epifania do Senhor, é uma solenidade na qual contemplamos a manifestação do Senhor Jesus ao mundo.
    Primeiro visitado por pastores locais de Belém, Cristo é então visitado pelos reis magos (sábios) Gaspar, Baltasar e Melchior que vieram de terras longínquas atrás de uma verdade na qual acreditavam.
    Eis um trecho no qual Santo Afonso Maria de Ligório, propõe uma reflexão sobre esta ocasião: 

    "Não obstante, entrando na gruta, os santos peregrinos sentem uma alegria até então desconhecida; sentem seu coração cativar-se por aquele Menino que vêem. A palha, a pobreza, os vagidos de seu pequeno Sal[1]vador, oh! que setas de amor, que felizes chamas para seus corações iluminados! O celeste Menino mostra-lhes semblante alegre, testemunho da afeição com que os recebe entre as
primeiras conquistas da redenção.
     Os santos reis contemplam depois Maria, que não fala; fica
em silêncio, mas o seu rosto satisfeito que respira celeste doçura mostra que os acolhe e agradece por serem os primeirosa reconhecer seu divino Filho pelo que era, por seu soberano Senhor."

     Apesar da sua aparente fragilidade humana de um bebê nos braços de sua Mãe, Jesus começa ali também a anunciar: Ele veio para todos.
Trazendo a Jesus o ouro, o incenso e a mirra os sábios são instrumentos de Deus para com estes presentes serem reconhecidas respectivamente: a realeza, a divindade e a humanidade do Verbo encarnado.
     Em um livro de sua autoria, o carmelita Padre Gabriel de Santa Madalena, faz um convite para que cada alma orante, possa tirar melhor proveito desta solenidade, propondo a seguinte meditação:

     "No céu das nossas almas também aparece frequentemente uma estrela: uma inspiração íntima e clara de Deus, que nos convida a um acto de generosidade, de desprendimento, a uma vida de maior intimidade com Ele. Devemos saber sempre seguir a nossa estrela
com a fé, com a generosidade e com a prontidão dos Magos. Seguida assim, conduzir-nos-á sem dúvida ao encon[1]tro do Senhor, far-nos-á achar Aquele que procuramos". 

 
Presentes.

 
     Em algumas culturas católicas, a troca de presentes não se dá no dia do Natal do Senhor e sim no dia da Epifania. Não apenas para lembrar o gesto dos reis magos, como também para que no dia do Natal as atenções sejam voltadas ao nascimento do Senhor de forma mais profunda.

Inscrição nas Portas.

     Uma tradição que  vem sendo resgatada, é a de abençoar o giz no dia da Epifania para que com o mesmo, os pais de família marquem acima das portas de suas casas, do lado externo, a inscrição que ao mesmo tempo é uma manifestação pública de fé e também um pedido de bênçãos ao Senhor.
     Mas que inscrição é essa?
     As iniciais dos santos reis magos C M B (em latim , Caspar, Melchior, Balthasar), são escritas e intercaladas entre os algarismos do ano corrente. Por exemplo: 20 C+M+B 22
     É esta a inscrição que deve ser feita com o giz abençoado.
     Outro significado é “Christus Mansionem Benedicat”, ou seja, Cristo abençoe esta casa.
     Originalmente, no antigo Ritual Romano, o costume era abençoar o ouro, o incenso, a mirra e o giz.
    Os primeiros cristãos tinham esse costume que também remete ao Antigo Testamento, quando o povo hebreu marcou as portas de suas casas com o Sangue do Cordeiro Pascal.
    Este é um sinal que cristãos vivem naquela casa e como um sinal da súplica pela bênção de Deus.
     É salutar ir para a missa deste dia levando giz, caso o sacerdote faça a bênção. Caso não o faça, a comunidade pode se mobilizar para incentivar a retomada desta prática.


 



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