A Epifania do Senhor, é uma solenidade na
qual contemplamos a manifestação do Senhor Jesus ao mundo.
Primeiro visitado por pastores locais de Belém, Cristo é
então visitado pelos reis magos (sábios) Gaspar, Baltasar e Melchior que vieram
de terras longínquas atrás de uma verdade na qual acreditavam.
Eis um trecho no qual Santo Afonso Maria de Ligório, propõe
uma reflexão sobre esta ocasião:
"Não obstante, entrando
na gruta, os santos peregrinos sentem uma alegria até então desconhecida;
sentem seu coração cativar-se por aquele Menino que vêem. A palha, a pobreza,
os vagidos de seu pequeno Sal[1]vador,
oh! que setas de amor, que felizes chamas para seus corações iluminados! O
celeste Menino mostra-lhes semblante alegre, testemunho da afeição com que os
recebe entre as
primeiras conquistas da redenção.
Os santos reis contemplam depois Maria, que não fala;
fica
em silêncio, mas o seu rosto satisfeito que respira celeste doçura mostra que
os acolhe e agradece por serem os primeirosa reconhecer seu divino Filho pelo
que era, por seu soberano Senhor."
Apesar da sua aparente fragilidade humana de um bebê
nos braços de sua Mãe, Jesus começa ali também a anunciar: Ele veio para todos.
Trazendo a Jesus o ouro, o incenso e a mirra os sábios são instrumentos de Deus
para com estes presentes serem reconhecidas respectivamente: a realeza, a
divindade e a humanidade do Verbo encarnado.
Em um livro de sua autoria, o carmelita Padre Gabriel
de Santa Madalena, faz um convite para que cada alma orante, possa tirar melhor
proveito desta solenidade, propondo a seguinte meditação:
"No céu das nossas almas
também aparece frequentemente uma estrela: uma inspiração íntima e clara de
Deus, que nos convida a um acto de generosidade, de desprendimento, a uma vida
de maior intimidade com Ele. Devemos saber sempre seguir a nossa estrela
com a fé, com a generosidade e com a prontidão dos Magos. Seguida assim,
conduzir-nos-á sem dúvida ao encon[1]tro
do Senhor, far-nos-á achar Aquele que procuramos".
Presentes.
Em algumas culturas católicas, a troca de presentes
não se dá no dia do Natal do Senhor e sim no dia da Epifania. Não apenas para
lembrar o gesto dos reis magos, como também para que no dia do Natal as
atenções sejam voltadas ao nascimento do Senhor de forma mais profunda.
Inscrição nas Portas.
Uma tradição que vem sendo resgatada, é a de
abençoar o giz no dia da Epifania para que com o mesmo, os pais de família
marquem acima das portas de suas casas, do lado externo, a inscrição que ao
mesmo tempo é uma manifestação pública de fé e também um pedido de bênçãos ao
Senhor.
Mas que inscrição é essa?
As iniciais dos santos reis magos C M B (em latim ,
Caspar, Melchior, Balthasar), são escritas e intercaladas entre os algarismos
do ano corrente. Por exemplo: 20 C+M+B 22
É esta a inscrição que deve ser feita com o giz
abençoado.
Outro significado é “Christus Mansionem Benedicat”, ou
seja, Cristo abençoe esta casa.
Originalmente, no antigo Ritual Romano, o costume era
abençoar o ouro, o incenso, a mirra e o giz.
Os primeiros cristãos tinham esse costume que também remete
ao Antigo Testamento, quando o povo hebreu marcou as portas de suas casas com o
Sangue do Cordeiro Pascal.
Este é um sinal que cristãos vivem naquela casa e como um
sinal da súplica pela bênção de Deus.
É salutar ir para a missa deste dia levando giz, caso
o sacerdote faça a bênção. Caso não o faça, a comunidade pode se mobilizar para
incentivar a retomada desta prática.