Triságio Angélico a Santíssima Trindade.

Sobre o Triságio Angélico a Santíssima Trindade, é importante saber, que o Papa Clemente XIV concedeu 100 dias de indulgência para cada dia que se reze: 100 mais três vezes no dia, nos domingos, na festa da Santíssima Trindade e durante a sua oitava, e Indulgência Plenária a quem o rezar todos os dias durante um mês, confessando e comungando no dia do mês que se escolher.

 

Origem do Triságio Angélico a Santíssima Trindade.

O santíssimo triságio não é invenção do engenho humano, senão obra do mesmo Deus, que Ele inspirou ao prfeta Isaías quando este ouviu que o cantavam os Serafins, para exaltarem a glória do Criador.

Na escola dos mesmos Serafins e na dos outros coros angélicos foi onde o aprendeu milagrosamente aquele menino que, como São Paulo, foi arrebatado ao céu, segundo referem as histórias eclesiásticas.
No ano 447, e sendo Teodósio Júnior imperador do Oriente, sentiu-se um terremoto quase universal, violentíssimo, e que pela  sua duração e espantosos estragos se fez o mais célebre de todos quantos até então se tinham visto. Foram incalculáveis os prejuízos que seis meses de abalos quase contínuos causaram nos mais suntuosos edifícios de Constaninopla e em toda a famosa muralha do Quersoneso. Abriu-se a terra em muitos pontos e ficaram sepultadas em suas entranhas cidades inteiras; secaram-se as fontes e apareciam outras novas, e era tal a violência dos abalos que arrancava árvores corpulentíssimas, apareciam montanhas onde primeiro havia planuras, e profundos abismos onde havia antes montanhas. O mar lançava às
praias peixes de grandeza enorme; e as praias e navios ficavam sem águas, que iam inundar grandes ilhas. Em semelhante conflito, achou-se prudente abandonar os povoados e assim o fizeram os habitantes de Constantinopla com o imperador Teodósio, sua irmã Pulquéria, São Proclo, então patriarca daquela Igreja, e todo o clero. Reunidos num lugar chamado Campo dirigem ao céu grandes clamores e fervorosas súplicas, pedindo o socorro em necessidade tão apertada.
     Um dia, entre oito e nove horas da manhã, foi tão extraordinário o abalo que fez a terra, que pouco faltou para que não causasse os mesmos estragos que o dilúvio universal. A este espanto sucedeu admiração do prodígio seguinte:



Um menino de poucos anos foi arrebatado pelos ares à vista de todos os do Campo, que o viram subir até perdê-lo de vista. Depois de algum tempo desceu à terra, do mesmo modo que subira ao céu, e logo em presença do Patriarca, do Imperador e da multidão pasmada, contou que sendo admitido nos coros celestes ouviu os anjos cantarem estas palavras: Santo Deus, Santo forte, Santo imortal, tende misericórdia de  nós; e que ao mesmo tempo lhe mandaram que comunicasse a todos esta visão. Ditas estas palavras, aquele inocente menino morreu. São Proclo e o Imperador, ouvida esta relação, mandaram unanimemente que todos entoassem em público este sagrado cântico, e imediatamente cessou o terremoto, e ficou quieta a terra. Daqui nasceu o uso do Triságio, que o Concílio geral Calcedonense prescreveu a todos os fiéis, como um formulário para invocar a Santíssima Trindade nos tempos
funestos e nas calamidades; daqui veio merecer a aprovação de tantos Prelados da Igreja, que apoiaram o uso dele, enriquecendo-o com o tesouro das indulgências e daqui finalmente veio que se pusesse método, que se imprimisse e reimprimisse tantas vezes, E sempre com universal aplauso e aceitação dos fiéis, que o consideram como um  escudo impenetrável contra todos os males que Deus manda à terra em castigo de nossos pecados. Lembre-se ainda, que Triságio do grego, tris-agion significa (três vezes Santo), é o nome que se dá à aclamação de louvor «Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal», testemunhado pela primeira vez no Concílio de Calcedônia (451).

Como rezar o Triságio Angélico a Santíssima Trindade.


Oferecimento:

Para ganhar as indulgências, os que rezarem o Triságio

Rogamos-te, Senhor, pelo estado da Santa Igreja e Prelados dela; pela exaltação da fé católica, extirpação das heresias, paz e concórdia entre os príncipes
cristãos, conversão de todos os infiéis, hereges e pecadores; pelos agonizantes e caminhantes, pelas benditas almas do purgatório e mais piedosos fins de nossa Santa
Madre Igreja. Amém.

V. Bendita seja a santa e indivídua Trindade, agora e sempre por todos os séculos dos séculos.
R. Amém.
V. Abri, Senhor, meus lábios.
R. E a minha boca anunciará vossos louvores.
V. Meu Deus, em meu favor benigno atende.
R. Senhor, apressai-vos a socorrer-me.
V. Glória seja ao Eterno Pai.
Glória seja ao Eterno Filho.
Glória ao Espírito Santo.
R. Amém. Aleluia.

(no tempo da Quaresma se diz conforme abaixo):
Louvor seja a ti, Senhor, Rei da eterna glória.

Ato de Contrição

Amorosísimo Deus, trino e uno, Pai, Filho e Espírito Santo, em quem creio, em quem espero, a quem amo com todo o meu coração, corpo, alma, sentidos e potências; por serdes Vós meu Pai, meu Senhor e meu Deus, infinitamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas; pesa-me,
Trindade Santíssima, pesa-me, Trindade misericordiosíssima, pesa-me, Trindade amabilíssima, de vos ter ofendido só por serdes
Vós quem sois; proponho, e vos dou palavra, de nunca mais vos ofender e de morrer antes do que pecar; espero de vossa suma bondade e misericórdia infinita, que me perdoareis todos os meus pecados, e me dareis graças para perseverar num verdadeiro amor e cordialíssima devoção a vossa sempre amabilíssima Trindade. Amém.

Hino

Já se afasta o sol radioso,
Ó luz perene, ó Trindade,
Infunde em nós ardoroso
O fogo da caridade.
Na alvorada te louvamos
E na hora vespertina;
Concede-nos que o façamos
Também na glória divina.

Ao Pai, ao Filho e a Ti,
Espírito consolador,
Sem cessar como até aqui
Se dê eterno louvor. Amém.

Oração ao Pai.

Ó Pai Eterno, fora o prazer de vos possuir, eu não vejo mais do que tristeza e tormento, embora digam outra coisa os amadores da vaidade. Que me importa que diga
o sensual que sua felicidade está em gozar de seus prazeres? Que me importa que diga
também o ambicioso que seu maior contentamento é gozar de sua glória vã? Eu pela minha parte nunca cessarei de repetir com vossos Profetas e Apóstolos, que a minha suma felicidade, meu tesouro e minha glória é unir-me a meu Deus, e manter-me inviolavelmente unido a Ele

Recitarum Pai Nosso, uma Ave Maria, e nove vezes:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos, cheios estão os céus e a terra devosso glória.
(responde-se, se possível em coro):

Glória ao Pai, glória ao Filho, glória ao Espírito Santo.

Oração ao Filho.

Ó Verdade eterna, fora da qual eu não vejo outra coisa senão enganos e mentiras. Oh! E como tudo me aborrece à vista de vossos suaves atrativos! Oh! Como me parecem mentirosos e asquerosos os discursos dos homens, em comparação das palavras da vida, com as quais Vós falais ao coração daqueles que vos escutam.
Ah! Quando será a hora em que Vós me tratareis sem enigma e me falareis claramenteno no seio de vossa glória? Oh! Que trato! Que beleza! Que luz!

Recitar um PaiNosso, uma Ave Maria e nove vezes:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos, cheios estão os céus e a terra devosso glória.

Oração ao Espírito Santo.

Ó Amor, ó Dom do Altíssimo, centro das doçuras e da felicidade do mesmo Deus; que atrativo para uma alma ver-se no abismo de vossa bondade e toda cheia de vossas inefáveis consolações!
Ah! Prazeres enganadores! Como haveis de poder comparar-vos com a menor das doçuras que um Deus, quando quer, sabe derramar sobre uma alma fiel? Oh! Se uma só partícula delas é tão deliciosa, quanto mais será quando Vós as derramardes como uma torrente sem medida e sem reserva? Quando será isto, meu Deus, quando será?

Recitar um Pai Nosso, uma Ave Maria e nove vezes:

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos, cheios estão os céus e a terra devosso glória.

Antífona

A ti, Deus Pai, a ti, Filho Unigênito, a ti, Espírito Santo, Paráclito, santa e indivídua Trindade, de todo coração te confessamos, louvamos e bendizemos. A ti seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
V. Bendigamos ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Louvemo-o e exaltemo-lo em todos os séculos.

Oração
Senhor Deus Uno e Trino, dai-me continuamente vossa graça, vossa caridade e a vossa comunicação para que no tempo e na eternidade vos amemos e glorifiquemos.
Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo numa deidade por todos os séculos dos séculos. Amém.

Deprecação devota à Santíssima Trindade.


(A cada invocação se responde: ”Toda criatura vos ame e glorifique”)
V. Pai eterno, onipotente Deus;
R. Toda criatura, etc.
V. Verbo divino, imenso Deus;
R. Toda criatura, etc.
V. Espírito Santo, infinito Deus;
Santíssima Trindade e um só Deus verdaeiro;
Rei dos Céus, imortal e invisível;
Criador, conservador, governador de todo o criado;
Vida nossa, em quem, de quem e por quem vivemos;
Vida divina, e uma em três pessoas;
Céu divino de excelsitude majestosa;
Céu supremo do céu, oculto aos homens;
Sol divino e incriado;
Círculo perfeitíssimo de capacidade infinita;
Alimento divino dos anjos;
Belo iris, arco de clemência;
Astro primeiro e trino, que iluminais o mundo;

A cada invocação, responde-se: “Livrai-nos, trino Senhor”.
 
V. De todo mal de alma e corpo;
R. “Livrai-nos, trino Senhor”
De todo pecado e ocasião de culpa;
“Livrai-nos, trino Senhor”
De vossa ira e indignação;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Da morte repentina e improvisa;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Das insídias e assaltos do demônio;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Do espírito de desonestidade e das suas sugestões;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Da concupiscência da carne;
“Livrai-nos, trino Senhor”
De toda ira, ódio e má vontade;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Das pragas da peste, fome, guerra e terremoto;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Dos inimigos da fé católica;
“Livrai-nos, trino Senhor”
De nossos inimigos e de suas maquinações;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Da morte eterna;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Por vossa Unidade em Trindade e Trindade em Uni
dade;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pela igualdade essencial de vossas pessoas;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pela sublimidade do mistério de vossa Trindade;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pelo inefável nome de vossa Trindade;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pelo portentoso de vosso nome, uno e trino;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pelo muito que vos agradam as almas que são devotas de vossa Santíssima Trindade;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pelo grande amor com que livrais de males aos povos onde há algum devoto de vossa Trindade amável;
“Livrai-nos, trino Senhor”
Pela virtude divina, que nos devotos de vossa Trindade santíssima, reconhecem  os demônios contra si mesmos;
“Livrai-nos, trino Senhor”

(A cada invocação, responde-se: “Rogamo-Vos, ouvi-nos”)
V. Nós pecadores;
R. Rogamo-Vos, etc.
Que saibamos resistir ao demônio com as armas da devoção à vossa Trindade;
Que embelezeis cada dia mais, com as cores da vossa graça, vossa imagem que
está em nossas almas;
Que todos os fiéis se esmerem em ser muito devotos de vossa Santíssima Trindade;
Que todos alcancemos as muitas felicidades que estão vinculadas para os devotos dessa vossa Trindade adorável;
Que ao confessarmos o mistério de vossa Trindade, se desfaçam os erros dos infiéis;
Que todas as almas do purgatório gozem muito refrigério em virtude do mistério de vossa Trindade;
-Que vos digneis ouvir-nos pela vossa piedade;
-Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, livrai-nos, Senhor, de todo mal.

Obséquios ou oferecimentos à Santíssima Trindade.


1. Ó beatíssima Trindade, eu vos prometo que com todo esforço e empenho hei de procurar salvar minha alma, visto como Vós a criastes à vossa imagem e semelhança e para o céu. E também por amor vosso procurarei salvar as almas de meu próximo.
2. Para salvar minha alma e dar-vos glória e louvor, sei que hei de guardar a divina lei; eu empenho minha palavra de a guardar como a menina de meus olhos e procurar, outrossim, que os outros a guardem.
3. Aqui na terra hei de exercitar-me em louvar-Vos e espero fazê-lo depois com maior perfeição no céu; e por isso com freqüência rezarei o triságio e o verso: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. E procurarei, além disso, que os outros Vos louvem. Amém.

Fonte: “Caminho Reto e Seguro para se chegar ao Céu”
, de Santo Antonio Maria Claret.Editora Ave Maria, São Paulo págs. 155/166)

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